
António
Gedeão, (Rómulo Vasco da Gama de Carvalho), nasceu em Lisboa, 24 de Novembro de
1906 e faleceu em Lisboa a 19 de Fevereiro de 1997
Foi
um químico, professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro
Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em
Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão.
O
dia do seu nascimento foi, em 1997, adoptado em Portugal como Dia Nacional da
Cultura Científica.
António
Gedeão publicou em 1956, aos 50 anos, o seu primeiro livro de poesia, Movimento
Perpétuo (Coimbra), seguindo-se Teatro do Mundo, em 1958 e Máquina do Fogo, em
1961.
A sua obra poética só surgiu quando o autor tinha 50 anos de
idade. A obra pode ser enquadrada claramente em qualquer movimento literário.
Contudo, o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas
comuns da sociedade portuguesa da época, reprimida por um regime ditatorial e
atormentada por uma guerra cujo fim não se adivinhava.
Este facto faz com que a poesia de Gedeão marque profundamente
toda uma geração que se sentia profundamente tocada pelos valores expressos
pelo poeta e deste modo se atrevia a acreditar que, através do sonho, era
possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por
Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.
Pedra Filosofal
Eles
não sabem que o sonho
é uma
constante da vida
tão
concreta e definida
como
outra coisa qualquer,
como
esta pedra cinzenta
em que
me sento e descanso,
como
este ribeiro manso
em
serenos sobressaltos,
como
estes pinheiros altos
que em
verde e oiro se agitam,
como
estas aves que gritam
em
bebedeiras de azul…
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