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Padre António Vieira




Nascimento6 de fevereiro de 1608, Lisboa


Falecimento18 de julho de 1697, Salvador, Bahia, Brasil


António Vieira ou, mais conhecido como Padre António Vieira, foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.
Notável prosador e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 1608 em Lisboa, filho primogénito de um modesto casal burguês, e faleceu na Baía em 1697.
Quando tinha apenas seis anos, os seus pais mudaram-se para o Brasil, tendo aí iniciado os seus estudos no curso de Humanidades no Colégio da Companhia de Jesus, onde revelou dotes excecionais. Aos 15 anos, após ter ouvido um sermão sobre as torturas do Inferno decidiu ingressar na Companhia de Jesus apesar da oposição dos pais.
Guiado pelos pressupostos e práticas jesuítas, que apontavam para o objetivo primordial da salvação do próximo através da pregação, exerceu a sua função evangelizadora junto dos indígenas onde passou algum tempo.
Em 1625, António Vieira fez votos de pobreza, castidade e obediência, propondo-se missionar entre os escravos negros. Após ter sido ordenado padre em dezembro de 1634, depressa se avolumou a sua fama de orador e se celebrizaram os seus sermões que refletiam e criticavam a ganância, a injustiça e a corrupção. Foi nomeado pregador régio pelo rei D. João IV no dia 1 de janeiro de 1642. A sua situação privilegiada dentro da corte contribuiu para que fosse encarregue de diversas missões diplomáticas, o que não agradou a Companhia de Jesus que começou a ver com maus olhos a sua influência nos destinos do país, ameaçando-o de ser expulso. A pedido da mesma, voltou ao Brasil em 1653, onde assumiu um papel muito ativo nos conflitos entre jesuítas e colonos. No ano seguinte pregou o célebre Sermão de Santo António aos Peixes. Foi expulso pelos colonos e regressou a Lisboa no ano 1661 onde reinava D. Afonso VI. Continuou escrevendo sermões e foi nesta altura que a Inquisição o prendeu sob a acusação de que tomava a defesa dos judeus e de que acreditava nas profecias de Bandarra.
Foi amnistiado quando D. Pedro II subiu ao trono retomando as pregações em Lisboa.
Retirou-se de vez para o Brasil em 1681 onde se entregou ao trabalho de compor e editar os seus sermões. A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de António Vieira admirável. As obras Sermões, Cartas e História do Futuro ficam como testemunho dessa arte.


"Os inimigos que mais temo a Portugal são soberba e ingratidão, vícios tão naturais da próspera fortuna que, como filhos da víbora, juntamente nascem dela e a corrompem." Pe. António Vieira

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