Foi no passado dia 11 de abril, pelas 10h
e 30 minutos, no auditório da Escola Secundária Pinheiro e Rosa que a palestra
sobre Cesário Verde, um precursor do Modernismo, teve lugar. Contou com a
dinamização da professora Carina Infante do Carmo, docente de Literatura e
Cultura Portuguesa da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade
do Algarve e participaram no evento todos os alunos do 11º Ano (turmas A, B,C e
D e o segundo ano do Curso Profissional Técnico de Turismo) e respetivos
professores, já que esse é um dos autores contemplados no Programa
Institucional. Foi uma iniciativa da Biblioteca Escolar em articulação com o
departamento de português e com a Universidade do Algarve com o propósito de
estreitar relações entre o Ensino Superior e o Secundário e cumprir um dos
objetivos traçados no Projeto Educativo que visa a melhoria das aprendizagens
escolares.
Mas quem foi Cesário Verde? Um poeta
incompreendido no seu tempo ( nasceu em Lisboa, em 1855, e nessa cidade morreu
aos 31 anos, vítima da doença letal da época – a tuberculose).O poema que o
celebriza é «O Sentimento dum Ocidental»
e foi precisamente esse o enfoque dado pela professora Carina no decurso da
sessão. O autor dos seus alexandrinos (versos de doze sílabas) é o repórter do
quotidiano da cidade de Lisboa e é esse espaço citadino e noturno que é
descrito minuciosamente. Nesse extenso poema, dividido em quatro partes ( I –
Avé-Marias ; II –Noite Fechada; III – Ao Gás; IV – Horas Mortas) , assistimos à
deambulação do poeta pelas ruas da cidade lisboeta desde o final da tarde até
altas horas da noite. Uma caminhada repleta de sensações visuais, auditivas,
olfativas, uma reportagem plena de seres que povoam a cidade, um espaço que
aprisiona «Semelham-se a gaiolas,
com viveiros, / As edificações somente emadeiradas:/ Como morcegos, /Saltam de
viga em viga os mestres carpinteiros». Cesário é o poeta pintor «Pinto quadros por
letras, por sinais», como afirma no poema «Nós», é o poeta que se antecipa às
correntes literárias que só mais tarde se fixam na literatura portuguesa, é o
poeta que traz para a poesia as classes mais desfavorecidas e é com elas que se
solidariza (os mestres carpinteiros, os calafates, as varinas, a engomadeira,
etc).Uma simbiose perfeita entre a literatura e a pintura impressionista. Mas o
que é o Impressionismo? De que forma se concretiza na poesia cesariana? Essa foi
a questão que ainda ficou por responder.
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